O uso de bioinsumos vem crescendo na agricultura brasileira, impulsionado pela busca de práticas mais sustentáveis e pela redução de custos. No setor da cana-de-açúcar, um dos pilares da agroindústria nacional, os bioinsumos emergem como uma alternativa promissora aos insumos químicos tradicionais. Contudo, para que essa tecnologia seja adotada em grande escala, é preciso avaliar cuidadosamente os fatores econômicos envolvidos, como custos iniciais, oferta e demanda.
O mercado global de bioinsumos agrícolas está em forte expansão, com expectativa de crescimento anual de 13% a 14% até 2032. No Brasil, esse setor também apresenta resultados expressivos, com um aumento de 15% nas vendas na safra 2023/2024. A cana-de-açúcar já responde por 12% do uso total de bioinsumos no país, reforçando a relevância desse insumo no campo.
Apesar dos custos iniciais mais elevados devido à necessidade de adaptação tecnológica e capacitação, os bioinsumos têm potencial para reduzir significativamente os custos de produção a médio e longo prazo. O uso de inoculantes, por exemplo, tem demonstrado aumentos de produtividade de até 20%, o que pode compensar os investimentos iniciais.
Além de reduzir a dependência de insumos químicos, os bioinsumos contribuem para a sustentabilidade ambiental e competitividade da cana-de-açúcar no cenário internacional. Com a crescente demanda por produtos sustentáveis e as políticas públicas que incentivam práticas agrícolas verdes, o Brasil tem a oportunidade de se consolidar como um grande exportador de açúcar e etanol sustentáveis.
Portanto, a adoção de bioinsumos na cana-de-açúcar representa uma estratégia vantajosa, tanto no aspecto econômico quanto no ambiental. Com a colaboração entre produtores, governo e empresas, essa transição pode fortalecer a competitividade do Brasil e promover uma produção agrícola mais responsável e eficiente.
Pesquisadores Cepea: Fernanda Cigainski Lisbinski, Leonardo Ferraz e Heloisa Lee Burnquist.